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A Palavra de Deus
A Palavra de Deus

" OS PASTORES INFIÉIS - Ez 34.1-31 - Parte 1"

1. Quem foi Ezequiel ?

  • Ezequiel foi um homem que escolheu obedecer a Deus. Embora fosse um sacerdote, serviu como pastor, pregando nas ruas da Babilônia por 22 anos, falando a todos sobre o julgamento e a salvação de Deus, conclamando-os ao arrependimento e à obediência.
  • Ezequiel viveu o que pregou. Durante seu ministério, Deus lhe pediu que ilustrasse suas mensagens com dramáticas lições; por exemplo, para anunciar o cerco  e a destruição de Jerusalém o profeta devia  deitar-se do lado esquerdo por 390 dias comer  alimentos cozidos sobre o esterco de animais raspar  sua cabeça e barba, e não  demonstrar qualquer sofrimento ou tristeza por ocasião da morte de sua esposa.
  • Ezequiel obedeceu e proclamou fielmente a Palavra de Deus. Talvez o Senhor não peça que você faça algo tão dramático ou difícil, mas se pedisse você faria?


2. O Chamado

  • Nascido para ser sacerdote foi chamado para ser profeta. Eu preferiria ser sacerdote a profeta. Afinal o trabalho do sacerdote era rotina. Tinha de estudar os livros de Moisés e seguir os regulamentos e programas ordenados por Deus. Fazia o que estava determinado e guiava-se pelos livros.
  • Não era assim com o profeta. Ele nunca sabia qual seria o seu ministério de um dia para outro. Tinha de entender a Palavra de Deus, como também tinha de entender o povo e a época em que vivia.
  • Precisava saber como aplicar a Palavra imutável a tempos mutáveis. O sacerdote podia cumprir sua tarefa sem jamais prestar atenção às notícias do dia, mas não o profeta.
  • Este tinha de saber o que estava acontecendo! O sacerdote possuía segurança; o profeta era vulnerável. O sacerdote podia calar-se; o profeta tinha de entregar a mensagem de Deus, quisesse o povo ouvi-la ou não.
  • O sacerdote tinha de lidar com a parte extrínseca, mas o profeta a intrínseca. Tinha de mudar o coração do povo.
  • Como Ezequiel era um profeta do coração, ele olhava além das formalidades da religião judaica e via as verdades espirituais mais profundas.

 

Entrementes, dentre tantas mensagens que o profeta recebeu de Deus para admoestar Seu povo, encontramos  a Parábola do Pastores Infiéis". Uma acusação contra os governantes gananciosos de Israel, assemelhados aos falsos profetas que governam "com rigor e dureza", cujo pecado era explorar as ovelhas em vez de alimentá-las."... as minhas ovelhas foram entregues a rapina", 1-10. 

 

Após cumprir-se o juízo divino da destruição de Jerusalém, Ezequiel, embora denunciando os opressores e os inimigos de Israel, torna-se mais consolador, e suas profecias se enchem de ricas promessas para o povo aflito de Deus. Então o profeta anuncia que Deus livrará o seu povo das mãos dos governantes egoístas e perversos que os oprimiam e ele mesmo os sustentará e protegerá.

3. A promessa de condenação dos pastores infiéis. 1-10

Esses líderes, buscavam satisfazer os seu propósitos egoístas, e não o bem dos seus súditos. Eram para os os seus súditos o que os pastores são para o rebanho. Que coisa! São, na linguagem do profeta reis indignos, pois, se Deus os confia o governo, a liderança, o pastorado, é porque pretende por eles, estabelecer justiça. São indignos, haja vista o próprio Deus denuncia através da boca de Micías: "Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor..". 1Rs 22.17

Jesus, por sua vez insere-se na corrente profética e faz uma triste afirmação: " Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor"  Mt 9.36

Notemos que Jesus não diz que " as ovelhas  não têm pastor", mas diz : "como ovelhas que não têm". As ovelhas tinham pastor, entratanto visivelmente, a aparência era  como se não tivessem!

Tinham pastores, mas aos pastores faltavam as qualificações básicas dos verdadeiros pastores. A satisfação excessiva dos próprios interesses e desejos levou-os a negligenciar  o rebanho: "Ai dos pastores infiéis que apascentam a si mesmoss".

Os doentes não eram cuidados; os perdidos não eram procurdos; os oprimidos não eram libertos; os expropriados não eram reintegrados; as viúvas não eram visitadas (somente as que tinham boa pensão); Os órfãos tinham seu direito cassado. Além disso, esses líderes de Israel estavam "gordos e fortes", mas tratavam com crueldade aqueles de quem deveriam cuidar.

O resultado para tal transgressão, naqueles dias foi  a dispersão e consequente  cativeiro. Em nossos dias. O tratamento de Deus não será diferente. Existe um "Ai" para cada um de nós, os pastores que de uma maneira irreponsável, equivocada, desdenhosa, desrespeitosa, segragatória, mesquinha, covarde, intemperada, dolosa, conduzimos o "rebanho de Deus", o qual Ele a nós confiou. O juízo de Deus vem já!

 

Não satisfeitos de se apropriarem dos pertences alheios para benefício próprio, estragavam caprichosamente o que não usvam, para que não tivesse nenhuma serventia aos seus donos, Ez 34.18,19. Que perverso tratamento! De fato é comum observar que muitas ovelhas acabam, por assim dizer, ficando de forma pepétuada nas mãos de alguns pastores. Não podem, sequer respirar. O pastor está sempre controlando, seus passos e,ele ainda se diz "homem de Deus" o que, de alguma maneira impõe certo "medo" na ovelha que, não encontra ou saída, senão a de ficar subserviente do seu suposto pastor. 

4. A promessa do cuidado divino  11-22

Fazendo u´a meia-culpa aqui, entendo que todos somos, de certa forma, culpados. O problema é que quando os verdadeiros profetas se calam, os falsos profetas se multiplicam. Calados, os profetas levantados por Deus, permitem que essa 'corja' vá adiante. Crescam como grão de mostarda depois de plantado. Hoje é "melhor" ser pastor que profeta. Pois o pastor, se não tiver temor de Deus e amor pelas ovelhas, constituir-se-á um verdadeiro "lobão", só que, disfarçado de ovelha! Na qualidade de profeta, temente a Deus, terá de se expor, contrariar a maioria, viver na contra-mão da história e do sistema. Resumindo será um subversivo! Quem deseja ser assim?

A eliminação dos falsos pastores era prérequisito indispensável para que levantasse um libertador divino:" livrarei as minhas ovelhas da sua boca". Graças a Deus, temos aqui a intervenção divina a favor de seu povo.

 

Em virtude da libertinagem geral de toda a liderança e abuso ousado do poder, da influência e do contentamento ímpio, Deus encarregou-se da função que os governantes perveteram de modo tão cruel, a saber, a guarda do rebanho:

"Por isso o Senhor DEUS assim lhes diz: Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre a ovelha gorda e a ovelha magra.Porquanto com o lado e com o ombro dais empurrões, e com os vossos chifres escorneais todas as fracas, até que as espalhais para fora. Portanto livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas.E suscitarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor". Ez 34.20-23

 

Deus deixa claro que não só libertaria, mas governaria, isto é, pastorearia também: " apascentá-las-ei com juízo", quer dizer, haveria manifestação de sua discriminação e administração. Ele impediria que os fortes pisassem os pastos e machucassem os fracos. Os opressores opulentos seriam condenados, e os pobres humilhados seriam enriquecidos.

Que o Senhor abrevie este dia!